Como parte do nosso projeto, fomos capazes de chegar a vários intervenientes relevantes, a fim de saber um pouco mais sobre as suas perceções sobre algumas das boas práticas que poderíamos implementar, a fim de integrar as mulheres NPT no mercado de trabalho.
Uma das sugestões que nos chegou foi trazida pelo nosso Parceiro EL CORTE INGLÉS
El Corte Inglés Grandes Armazéns é uma reputada loja de departamentos espanhola que começou a operar em Portugal em 2001 e, desde então, tem liderado uma revolução no comércio retalhista. Diariamente, a empresa está empenhada em oferecer produtos e serviços de qualidade aos seus clientes. Para dar sentido a esta missão, a empresa considera que precisam das melhores pessoas para colaborar com eles, no maior desafio diário: ser especialistas em qualquer área de negócio. A cultura da empresa é construída por cada trabalhador. Os princípios da empresa são: dedicação, lealdade, diversidade, igualdade, responsabilidade social, educação, resiliência, inovação e, acima de tudo, como eles afirmam: “somos apaixonados por tudo o que fazemos e construímos. Desde Dezembro de 2021, El Corte Inglês é também a primeira empresa reconhecida como Marca Entidade Empregadora Inclusiva – Excelência, pela gestão inclusiva e pelas práticas para pessoas com deficiência.
Nesta área, o EL CORTE INGLÉS implementou um projeto muito interessante: Projeto Pesca: formação de peixarias
P – Projecta o teu
E – Emprego
S – Seguro
C – Constrói o teu futuro e
A – Aprende uma profissão
Este projeto é sobre a integração profissional dos imigrantes através da aprendizagem de uma profissão com um elevado grau de empregabilidade.
As mulheres participantes estavam desempregadas, iniciaram o processo de recrutamento/seleção e foram integradas primeiro num contexto de estágio/formação remunerado de 3 meses e depois com um contrato de trabalho.
Os membros da empresa envolvidos são HR, Serviços de SST, gestores de Supercor, e tutores na área de trabalho.
Durante o período de trabalho, a supervisão por parte dos chefes e tutores foi sempre assegurada a fim de garantir uma integração completa, acompanhamento e desenvolvimento profissional.
A comunicação utilizada para promover a prática foi a divulgação no nosso portal corporativo e no Linkedin da empresa.
O projeto PESCA visou integrar as mulheres imigrantes na Peixaria, uma área com excelente empregabilidade.
Para os candidatos escolhidos, o denominador comum foi a motivação para aprender uma profissão e o objetivo de estabilidade profissional. Realizaram um programa de formação em Peixaria e foram posteriormente contratadas para esta área. São agora especialistas em Peixaria.
Desde então, 6 mulheres participaram neste projeto nas três últimas edições. O EL CORTE INGLES está atualmente a preparar o início da 4ª edição, que terá início ainda este mês, com mais 4 participantes. Além disso, e devido à implementação desta prática, todos os empregados destas lojas estão, de alguma forma, em contacto com a prática.
A nível interno, 98% dos empregados têm acesso a um portal corporativo, chamado NEXO, no qual podem consultar as publicações e textos publicados de duas em duas semana e, por vezes semanalmente, sobre inclusão e diversidade. No caso deste projeto, foi divulgado um vídeo em que os próprios empregados quiseram dar os seus testemunhos.
Até agora, este projeto tem sido implementado a nível local, na região de Lisboa, abrangendo o Supermercado El Corte Inglés na loja de São Sebastião e os 3 Supercores na zona da grande Lisboa (Restelo, Beloura e Parque das Nações). Num futuro próximo, o objetivo da empresa é a sua implementação a nível nacional.
Com esta prática, a empresa conseguiu cruzar as necessidades dos profissionais para as áreas de operação, com este grupo-alvo de mulheres migrantes que procuram emprego e que estão abertas a áreas menos atrativas para os trabalhadores do seu próprio país.
O EL CORTE INGLÉS realizou um estágio de 3 meses que formou estas trabalhadoras para uma carreira, dando-lhes acesso direto ao emprego de operadora, o que já exige o domínio de várias competências. Portanto, o impacto no público-alvo é inequívoco, porque há todo o cuidado, proteção e treino que é garantido, proporcionando um ambiente e uma vida com respeito e dignidade.
Para a organização, os benefícios são evidentes porque ao ter entre os empregados, pessoas que não pertencem ao padrão social estabelecido e que vêm de minorias e grupos de risco eles sentem que está a cumprir a sua missão e os seus compromissos de “restituir à sociedade parte dos seus lucros e benefícios“.
Ter uma força de trabalho que espelha a miscigenação, por exemplo, reduz o desequilíbrio na composição das equipas e torna a organização mais justa e mais democrática. Os benefícios da inclusão são tangíveis para a sociedade, que verá a empresa exercer a cidadania, mas também para o profissional incluído, que terá acesso ao consumo e será capaz de cumprir as obrigações fiscais enquanto desenvolve o seu potencial.
Ao promover a igualdade no acesso às profissões e às vagas de emprego, a empresa assume um compromisso com as minorias e age com responsabilidade social, criando equipas mais empenhadas, envolvidas e produtivas. Estamos conscientes que a diversidade também promove a oxigenação das equipas em lojas mais pequenas, o que pode influenciar direta e positivamente o resultado do negócio.
Sessão aberta para discussão